quinta-feira, 30 de abril de 2009

Amor ou comodismo?

Algum tempo atrás descobri como o amor é cruel. Mesmo disfarçando vi que já não nos amávamos com a mesma intensidade de antes, alguma coisa havia mudado. O coração já não acelera mais quando te vejo, seus defeitos saltam aos meus olhos, você não é quem eu esperava.O comodismo tomou conta do nosso relacionamento e meu egoísmo não me deixa terminar, na verdade não quero perder o que demorei tanto tento para conquistar. Mas até quando vou adiar esse fim, já não tenho forças para lutar contra eu mesma e contra o seu coração, pedir desesperadamente que me ame como eu gostaria.Muita mágoa aflora de nossos corações, mas ainda existe aquele elo que me leva a você toda que vez que tento tomar outro rumo. Se é amor, já não sei. Na verdade eu só queria que você sentisse minha falta, que falássemos coisas que há muito não dizemos. Gostaria que as brigas servissem apenas como desculpa para fortalecer o nosso amor, mas, parece que nunca conseguiremos nos entender. Se quero ou não ficar com você isso já nem sei. O medo que antes tinha de te perder eu já não tenho, mas, se te perder sei que vou sofrer. Vamos viver cada dia, sem ter pressa com o amanhã, amar intensamente e esquecer o que passou. Se o seu silêncio persistir não precisa dizer mais nada, eu já sei que te perdi.

Amor e vida


O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para se perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.
Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado do que quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa e o amor é outra.

Sozinha



Eis o centro do corpo o nosso centro onde os dedos escorregam devagar e logo tornam onde nesse centro os dedos esfregam - correm e voltam sem cessar e então são os meus já os teus dedos e são meus dedos já a tua boca que vai sorvendo os lábios dessa boca que manipulo - conduzo pensando em tua boca. Ardência funda planta em movimento que trepa e fende fundidas já no tempo calando o grito nos pulmões da tarde. E todo o corpo é esse movimentoem torno em volta no centro desses lábios que a febre toma engrossa e vai cedendo a pouco e pouco nos dedos e na palma.

PRAZER E SOLIDÃO




Fogo, pra que te quero? Se, o oxigênio que ainda espero está agora...pra lá de longe. Acalmo então em mim. A revolução da chama que destrói é quase uma guerra, soldado no posto ,bandeira erguida, angustia no rosto,vontades perdidas. Distante, pulsa aos quatro ventos da imaginação um coração na mão, latejante ferida, aberta, doída num vai e vem delirante.
Paulo Coelho

Medo de sentir PRAZER.


Como entregar-me de corpo e alma na busca e conseqüente realização amorosa e sexual, se aquele cantinho ainda sombrio da alma...de modo intangível e irredutível... insiste em nada saber, em não questionar e resignificar valores, proibições, fantasias, que outrora foram sim entendidos (ou acatados?!) como bem-estar, um gozo pobre. Ah, como os prazeres sexuais ; o acariciar ; o amar eram pecaminosos !!!!! Ousar senti-los e vivenciá-los na sua plenitude...jamais... pura heresia. Tornar-se vítima de si mesmo - da própria história de vida ; sufocar ainda mais o desejo e o prazer ; experenciar somente os renitentes e desconhecidos sentimentos negativos de medo, vergonha e culpa? Vale a pena !? - Culpa, medo, vergonha de quem? OU MELHOR : MEDO DE QUE!?

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A idade nada significa, a não ser a experiência de uma vida vivida com amor e paixão


ENVELHECER
Envelhecer é fato Não dá pra fugir E se hoje estamos aqui É por causa das curvas Do tempo que feito seus intentos Nos envelheceu bem debaixo Do seu nariz
O tempo passa lentamente Junto da vida é envolvente O tempo é uma criança Jogando videogame Numa tarde de janeiro Tardes que passam bem cedo O tempo voa! Ligeiro!
Nos sábios cabelos grisalhos Do meu pai Vejo como o envelhecimento É merecimento de uma vida Em meio a uma constelação Envelhecer é belo Quando o tempo não bate
Com o martelo Na ampulheta esparramando A areia como lágrimas Que brilham ao Sol De uma vida que nos castiga Com a cisão entre a espada e o dragão Envelhecer é o certo
Quando se quer chegar Ao final da jornada Sintonizado numa outra estação Meu pai velho É meu pai belo Imagem neste mundo Do pai da criação
Envelheça ao lado do seu amor E valorize cada novo sinal que chegou Para que juntos possam Sentir que a sua história Não acaba pois é uma jóia Que brilha sempiterna Para além da vida que o tempo nos deixou
Leonardo Daniel

Simplesmente a própria, louca de vontade de voar!


Amor e mar


O amor é tão grande como o marTão forte e de um encanto infindávelAté é capaz de matarO amor é tão belo como o marOnde adultos são criançasOs olhos brilham, o coração acelera,A existência tem outro sentido diante do amorA perfeição tem outra visão diante do marA vida tem outros valores diante do amor.Tal como o mar, o amor se renova em ciclosno mar são as marés, que sobem e abaixam as águasno amor, são os pequenos sinais, as delicadezaso respeito, a afeição pelo outro, as lembrançasque vão edificando um sentimento maior que o marmaior que o próprio amor, acelerando com a idadesendo tão bondoso que abre mão de si mesmoquando deixa de ser uma paixãopara se tornar cumplicidade.Em frente ao mar, contemplo as ondas no vai e vem sem fime tenho esperanças, que assim como as ondaso amor que se foi, pode dobrar, ou se renovare assim como estou diante do marpoderei estar diante de um novo amorpara um reiniciar, num indo e vindo infindocomo o próprio mar, como o próprio amor.

DOIS EM UM NA ARDÊNCIA DA PAIXÃO

Corpos Nus, entrelaçados pelos nossos caminhos cruzados abençoados, queimados num sentimento absurdo há muito por eles guardado. Corpos unidos em vão num sentimento chamado paixão, juram eterno amor debaixo de grande ilusão. Corpos ardentes, sedentes de amor e de paixão entre beijos e abraços elaboram um turbilhão de sentimentos ondulantes entre os dois. São amantes sentimentos ternurentos fazem disso suculentosos beijos da nossa paixãoentre os dois corpos, são um só num compasso de magia, há sintonia de alegria nesta doce melodia. Corpos nus transpirados de lágrimas de amor crivados são amantes mais ousados numa dança de apaixonados.

SILÊNCIO


Assim como do fundo da música brota uma nota que enquanto vibra cresce e se adelgaça até que noutra música emudece, brota do fundo do silêncio outro silêncio, aguda torre, espada, e sobe e cresce e nos suspende e enquanto sobe caem recordações, esperanças, as pequenas mentiras e as grandes, e queremos gritar e na garganta o grito se desvanece: desembocamos no silêncio onde os silêncios emudecem. Octavio Paz, in "Liberdade sob Palavra"

Paixão

O chamado diencéfalo ou cérebro primitivo, comum a todos os mamíferos, intervém, através do hipotálamo, no desejo, no interesse sexual e também recolhe as informações que chegam do exterior e dos hormônios, controlando-os e dando as respostas da excitação sexual, ejaculação, sensações de prazer e regulando as respostas emocionais e afetivas no comportamento sexual.
O sistema límbico discrimina e seleciona os estímulos, reconhecendo os sinais de saciedade (estar satisfeito) e inibindo o comportamento sexual.
A nossa sexualidade apresenta-se não apenas em nível dos estímulos (visuais,fantasias ,etc) ,como também na participação muito importante da emoção e sobretudo na aprendizagem. Algumas partes do nosso cérebro relacionam o ambiente e a cultura às nossas respostas sexuais. O resultado pode ter maior ou menor eficácia dando aos parceiros, maior ou menor prazer.
Razão, fantasia, emoção e aprendizagem se misturam em nosso cérebro dando respostas curiosas no dia a dia sexual do ser humano.
Os cientistas conhecem a feniletilamina (um dos mais simples neurotransmissores) há cerca de 100 anos, mas só recentemente começaram a associá-la à paixão. Ela é uma molécula natural semelhante à anfetamina e suspeita-se que sua produção no cérebro possa ser desencadeada por eventos tão simples como uma troca de olhares ou um aperto de mãos.